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Os últimos resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC), publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao risco de pobreza em Portugal, revelam que em 2012, 18,7% da população está em risco de pobreza – o que representa um aumento de 0,8 p.p. em comparação com o ano anterior (17,9%).    

A partir dos dados deste inquérito aplicado anualmente às famílias residentes no país, destaque para algumas tendências em relação a 2011: aumento da taxa de risco de pobreza em 2,6 p.p para os menores de 18 anos (24,4% face 21,8%); tendo em conta a condição perante o trabalho, é a população desempregada que está em maior risco de pobreza (40,2%), um aumento de 1,9 p.p.; nas famílias com filhos a seu cargo o risco de pobreza aumentou 3,5 p.p. face à população total; aumento da população em risco de pobreza ou exclusão social em 2,1 p.p. (27,4% face a 25,3%).

Em Portugal, a partir de 2009, tem-se vindo a assistir ao aumento da desigualdade de rendimentos entre os extremos. Os últimos dados sobre os indicadores que medem a desigualdade de rendimento, S80/S20 e S90/S10, dão conta que essa tendência se agravou em 2012: os 20% mais ricos têm um rendimento 6,0 vezes superior aos 20% mais pobres (+0,2 p.p., em relação a 2011) e os 10% mais ricos auferem 10,7 vezes mais que os 10% mais pobres (+0,7 p.p, em relação a 2011). O Coeficiente de Gini (que tem em conta a distribuição do rendimento no seu todo), apesar de elevado (34,2%), melhorou 0,3 p.p. em relação a 2011 (34,5%). No entanto, a partir de 2010 verifica-se uma tendência de crescimento deste indicador, que inverteu a tendência dos anos anteriores para alguma diminuição das desigualdades. 

Ainda sobre estes resultados, tenha-se em conta a seguinte nota: “o limiar, ou linha de pobreza relativa (que corresponde a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários líquidos equivalentes) reduziu-se de 4 994 euros para 4 904 euros, ou seja, de 416 euros para 409 euros em termos mensais” (INE, 2013:6). Uma vez que existiu esta alteração do rendimento mediano, o INE calculou a linha de pobreza ajustada a 2009 (Fig. 1).

Em 2012, segundo a linha de pobreza a preços de 2009, a taxa de risco de pobreza é de 24,7%. Entre 2009 e 2012, a proporção de pessoas em risco de pobreza subiu 6,8 p.p. Destaque igualmente para o aumento dos menores de 18 anos em risco de pobreza (+8,5 p.p). 

Linha pobreza_2009_2012
 
 

Fonte: INE (2013) Destaque Rendimento e Condições de Vida