Em 2020 a taxa de atividade feminina em Portugal era de 53,6% (menos 2,3 p.p. do que em 2010). Em 2020, a RA da Madeira, o Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa apresentavam a maior participação feminina no mercado de trabalho.

 

 

A Figura 1 apresenta a evolução da taxa de atividade feminina em Portugal desde 2000 até 2020 e a Figura 2 retrata a taxa de atividade feminina na União Europeia em 2020. De notar que a taxa de atividade feminina aumentou progressivamente em Portugal de 2016 até 2019 (cerca de 1,3 pontos percentuais), verificando-se uma diminuição em 2020 (-1,2 pontos percentuais comparativamente a 2019).

Em 2020 a Islândia era o país europeu com os maiores níveis de participação feminina no mercado de trabalho (75,0%), seguida da Suiça (62,5%) e da Suécia (62,3%). Por sua vez, era entre os países do Sul da Europa onde se verificava as menores taxas de atividade feminina, nomeadamente, em Itália, Grécia e Croácia com valores de 39,8,1%, 43,5% e 44,7%, respetivamente. Portugal (53,6%) apresenta valores da participação feminina no mercado de trabalho superiores à média europeia (50,8%).

 

 

O Quadro 1 revela a evolução deste indicador em Portugal por NUTSII, entre 2000 e 2020. A taxa de atividade feminina em Portugal teve uma evolução positiva em todas as regiões do país entre 2000 e 2010, conhecendo um aumento de 3 pontos percentuais: de 52,9% para 55,9%. Ao longo desta década, a região Centro deteve a maior taxa de atividade feminina (58,4% em 2000 e 60,5% em 2010), seguida pelas regiões do Norte (53%, em 2000 e 55,6% em 2010) e de Lisboa (53,9%, em 2000 e 55 em 2010).
Desde 2010, a taxa de atividade feminina no país diminuiu 2,3 p.p. (de 55,9% para 53,6% em 2020), redução que se verificou na região Centro, Norte e Área Metropolitana de Lisboa, com maior enfoque na primeira (cerca de -8,2 pontos percentuais).

Entre 2010 e 2020, a Região Autónoma dos Açores foi onde a participação feminina no mercado de trabalho mais subiu – de 46,8% em 2010, para 52,1% em 2020 (mais 5,3 pontos percentuais). Contudo, os Açores integram com o Alentejo (49,9%) e o Centro (52,3%), as regiões com a menor presença feminina no mercado de trabalho em 2020.

De notar também a descida da taxa de atividade feminina entre 2000 e 2020 no Centro (-6,1 pontos percentuais) e o aumento na Região Autónoma dos Açores (15,9 p.p.) e no Alentejo (9,3 p.p.).

 

Quadro 1 - Evolução da taxa de atividade feminina, Portugal, por Regiões NUTS II (2000-2020) (%)

wdt_ID Regiões 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
1 Portugal 52,9 55,3 55,9 54,6 54,7 54,1 53,8 53,8 53,5 54,1 54,5 54,8 53,6
2 Norte 53,0 56,3 55,6 55,0 55,2 53,9 53,3 53,0 52,4 54,0 54,3 54,2 53,9
3 Centro 58,4 59,5 60,5 54,6 54,9 54,9 53,5 53,6 52,9 52,7 53,9 54,5 52,3
4 Área Metropolitana de Lisboa 53,9 54,4 55,0 55,5 55,4 55,2 55,5 55,5 55,9 55,8 55,8 56,2 54,9
5 Alentejo 40,6 48,4 49,7 49,8 49,6 49,7 49,9 50,2 49,5 49,6 50,8 50,9 49,9
6 Algarve 48,6 50,7 54,7 56,7 56,5 55,4 56,4 55,6 56,6 58,6 56,8 57,2 55,6
7 Região Autónoma dos Açores 36,2 41,7 46,8 49,5 48,5 49,5 51,5 51,7 52,4 53,0 52,4 52,7 52,1
8 Região Autónoma da Madeira 47,6 52,3 55,8 55,9 55,3 54,8 54,5 55,1 55,2 55,4 56,8 58,6 55,8
Regiões 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Estatísticas do mercado de trabalho – Inquérito ao Emprego (INE)

 

O Quadro 2 apresenta a evolução do indicador, agora segundo o grupo etário, para o mesmo período temporal. O grupo etário 35-44 anos apresenta uma taxa de atividade feminina de 89,6%, valor mais elevado, em 2020 (com um aumento de 9,7 pontos percentuais, a partir dos 79,9%, em 2000). O grupo etário dos 25 aos 34 anos foi, até 2015, o segmento etário onde se verificou maior presença feminina no mercado de trabalho (86,6% em 2000 e 89,5 em 2015). 
A faixa etária que acusa o maior aumento durante o período em análise é o grupo etário dos 55-64 anos: de 42% em 2000 para 59,5% em 2020 (mais 17,5 pontos percentuais). No sentido oposto, no segmento etário dos 15-24 anos a tendência tem sido de diminuição (menos 12,9 pontos percentuais), o que se explica pelo aumento da participação escolar.

 

Quadro 2 - Evolução da taxa de atividade feminina, Portugal, por grupo etário (2000-2020) (%)

wdt_ID Grupo etário 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
1 15 - 24 anos 40,9 38,1 34,2 35,9 34,9 33,8 33,8 32,8 31,2 32,3 31,7 32,5 28,0
2 25 - 34 anos 82,4 86,6 88,2 88,8 89,1 89,3 89,0 89,5 89,3 89,7 89,5 90,1 89,1
3 35 - 44 anos 79,9 82,9 87,3 87,3 87,7 88,3 88,8 89,0 90,0 89,9 90,0 90,8 89,6
4 45 - 54 anos 68,6 74,8 79,0 77,6 78,6 79,5 80,1 80,4 81,1 82,2 83,0 83,9 84,1
5 55 - 64 anos 42,0 46,0 47,4 46,4 47,0 46,9 47,5 49,9 51,0 54,6 58,4 58,8 59,5
6 65 e mais anos 13,0 13,2 12,5 9,2 9,6 8,3 7,4 7,2 6,7 6,8 7,3 7,7 7,0
Grupo etário 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Estatísticas do mercado de trabalho – Inquérito ao Emprego (INE)

 

A relação entre a participação feminina no mercado de trabalho e a escolarização pode ser observada no Quadro 3.
Não havendo uma relação linear entre a taxa de atividade feminina e o nível de escolaridade (uma vez que as taxas de atividade feminina em detentoras do 2º ciclo do ensino básico revela-se superior à taxa de atividade feminina em detentoras do 3º ciclo do ensino básico), destaca-se o facto das mulheres detentoras de um diploma do ensino superior serem as que apresentavam uma maior presença no mercado de trabalho ao longo de todo o período em análise, com valores balizados entre os 86,9%, em 2000, e os 81,2%, em 2020. Também nas detentoras de um diploma do ensino secundário se denota uma forte presença no mercado de trabalho. Estes valores salientam-se por se situarem substancialmente acima dos números relativos aos restantes níveis de escolaridade.

São as mulheres que possuem apenas o 1º ciclo do ensino básico que detiveram não só as menores taxas ao longo do período (excluindo as que não possuem formação), como a maior descida na taxa de atividade: de 53,7% em 2000 para 20,2% em 2020 – uma diminuição de 33,5 pontos percentuais. Em tendência contrária, mulheres com o ensino secundário subiram a sua atividade em 9 p.p. ao longo das duas últimas décadas (de 60,8% em 2000 para 69,8% em 2020).

 

Quadro 3 - Evolução da taxa de atividade feminina, Portugal, por nível de escolaridade (2000-2020) (%)

wdt_ID Nível de escolaridade 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
1 Sem formação 25,7 22,2 18,1 15,5 14,8 12,7 10,8 9,2 8,5 9,2 8,4 8,0 8,7
2 Básico - 1º Ciclo 53,7 51,1 44,1 38,7 37,4 34,7 31,0 29,1 28,2 26,9 26,1 24,1 20,2
3 Básico - 2º Ciclo 69,5 70,5 67,6 65,4 63,9 63,9 63,2 62,5 60,5 61,8 59,9 58,3 56,6
4 Básico - 3º Ciclo 55,8 60,0 61,8 62,4 60,7 58,3 57,3 56,5 54,6 55,0 55,0 54,7 51,6
5 Secundário e pós-secundário 60,8 63,3 70,0 71,7 72,8 73,9 73,6 73,5 73,0 73,3 72,5 73,6 69,8
6 Superior 86,9 85,8 84,2 82,0 82,1 81,1 81,7 82,0 81,9 81,4 83,0 83,1 81,2
Nível de escolaridade 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: Estatísticas do mercado de trabalho – Inquérito ao Emprego (INE)

 

Atualizado por Inês Tavares

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