eAtlas.
A UNESCO lançou em 2012 o relatório “World Atlas of Gender Equality in Education”. Informação atualizada para 2016 é disponibilizada no eAtlas of Gender Equality and Education” , o qual apresenta dados sobre a evolução segundo níveis de educação desagregados, por sexo, ao longo dos anos. A informação é recolhida pelo Instituto de Estatística da UNESCO (UIS) em pareceria com a OCDE e o Eurostat.

Os mapas 1 e 2 mostram os países segundo a percentagem de crianças do sexo feminino em idade escolar 1º e 2º ciclo que não estão matriculadas no sistema de ensino, entre 2000 e 2016. Destaca-se que a maior parte dos países com níveis de 30% ou mais, neste indicador, estão localizados na região de Africa Subsaariana.

Os países com mais crianças do sexo feminino fora do 1º e 2º ciclo são: Nigéria com 5 milhões, Paquistão com 3.3 milhões, e India com 2,5 milhões. No que concerne ao 3º ciclo: Paquistão tem o maior número de raparigas fora da escola, seguido de India com 2,7 milhões e Etiópia com 1,9 milhões. A nível mundial, 10% das crianças de sexo feminino ente 6 e 11 anos estão excluídas do sistema educativo (comparativamente com os 8% dos de sexo masculino). Em relação ao 3º ciclo, na Asia Ocidental, 20% das jovens não têm acesso (eles representam 13%).
A média de anos de escolaridade na Ásia Oriental mostra o maior progresso desde 1990, sendo que das mulheres esperavam-se 8 anos de escolaridade, comparativamente com os 14 anos de escolaridade que, em média, atingem em 2016. Durante este período, a paridade de género tem sido atingida pela maioria dos países como observado nos mapas 3 e 4.

O índice de paridade entre géneros (IPG) permite uma análise da (des)igual participação de raparigas e rapazes na educação. A maioria dos países das regiões Sul e Oeste da Africa, Estados Árabes e Africa Subsaariana ainda não atingiram a igualdade nem para o nível básico, nem secundário. Uma grande parte dos países que pertencem as regiões do Este da Ásia e o Pacífico, e América Latina e as Caraíbas conseguiram paridade só no 1º e 2º ciclo, sendo que a América do Norte e Europa Ocidental e Europa Central e Oriental asseguram paridade para ambos nos dois níveis, inclusive tendo tendência a beneficiar as meninas. Os países registram IPGs entre os 0,97 e 1,03, os valores menores indicam disparidade para os rapazes e maiores para as raparigas.
Os países com menores valores no 1º e 2º ciclo são: Somália (0,55), Angola (0,64) e Afeganistão (0,69), onde os rapazes têm ventagem. Sendo que os valores mais altos encontram-se em: Montserrat (1,12), Senegal (1,12) e India (1,11), o que representa vantagem na matrícula para as raparigas.
Portugal, juntamente com Belize, Bolívia, Chile, El Salvador, India, Irão, Senegal, Líbano e Suazilândia, são os países que atingiram paridade entre géneros para o 3º ciclo e ensino secundário, mas ainda não para o 1º e 2º nível.
Em continuação, apresentam-se os mapas (5 e 6) que mostram o IPG por país em 2016 para o ensino primário e ensino secundário. Observa-se que à medida que avançam os ciclos de ensino, a disparidade que afeta os rapazes aumenta.

A mencionada disparidade também é observada na taxa bruta de escolarização, a qual é superior nas raparigas do que nos rapazes em um de cada três países (33%), sendo que os rapaces têm ventagem em 29% dos países.
Uma análise comparada indica que as raparigas têm a mesma probabilidade de repetir o ano no 1º e 2º ciclo. No entanto, os rapazes têm mais probabilidade de abandonar a escola mais cedo. As regiões onde as crianças têm mais dificuldades para terminar o 1º e 2º ciclo são: Africa Subsaariana, onde o 43% dos estudantes abandonam a escola, a Ásia do Sul com 34%, e Ásia Oriental com 25% das crianças nessa situação.
Na maioria dos países (com informação disponível), rapazes e raparigas têm a mesma probabilidade de passar do 2º ciclo ao 3º ciclo, o IPG do índice de transição é apresentado no mapa 7.

Observam-se grandes diferenças entre as regiões no que concerne à conclusão 3º ciclo, por exemplo: na América Latina e Caraíbas, a proporção de ingresso no 9º ano indica que mais de três de quatro jovens (77%) terminam esse nível, sendo que na África Subsaariana dois em cada 5 jovens (42%) o concluem.
Os resultados mostram que ainda que se tenha registrado progresso a nível mundial no decorrer do tempo, em algumas regiões do mundo, ainda existe o desafio de incorporar as raparigas na escola para conseguir igualdade na educação. Mesmo que, em outras regiões a ocorre a situação inversa, onde é preciso um esforço para ter resultados iguais para os rapazes.  

Por: Andrea Oceguera Farías