Taxa de emprego em Portugal é semelhante à apurada para os países da UE. As desigualdades de emprego entre homens e mulheres são menores.

A taxa de emprego resulta da divisão da população empregada pela população em idade ativa (com 15 ou mais anos). O facto de uma boa parte da população com 65 ou mais anos (que tem uma idade ativa e, portanto, é considerada para efeitos deste cálculo), em Portugal e nos países da UE, se encontrar numa situação de reforma, faz com que a taxa de emprego decresça significativamente e os seus valores não captem de forma tão precisa as dinâmicas de emprego e desemprego. O mesmo raciocínio aplica-se em relação aos mais jovens e aos seus trajectos escolares e formativos. Optou-se, portanto, por analisar a taxa de emprego da população com idade entre os 25-64 anos.

A taxa de emprego anual em Portugal, no ano de 2016, para a população com idade entre os 25-64 anos, é semelhate à apurada para o conjunto de países da UE28: 73,4% para 73,1%. Na Grécia, país que apresenta a mais alta taxa de desemprego no universo analisado, apenas 59,1% da sua população está empregada. Os países do norte da Europa, do báltico, a Alemanha, a República Checa e o Reino Unido são os que apresentam para este indicador valores mais elevados (ver também o Quadro 3).

Taxa de emprego_2016_fig. 1

A Figura 2 retrata as desigualdades entre homens e mulheres relativas ao emprego. A taxa de emprego masculina é superior à feminina em todos os países analisados. Esta conclusão geral é, no entanto, acompanhada por situações bastante diferentes. Em Malta, a taxa de emprego masculina é 30 p.p. superior à feminina e o valor da taxa de emprego das mulheres representa apenas 64% da apurada para os homens. Itália, Grécia e Roménia apresentam também níveis de desigualdade elevados em relação a este indicador. O panorama nos países do báltico, do norte da Europa, na Eslovénia, na Bulgária e em Portugal é mais igualitário. Na Lituânia, a taxa de emprego feminina representa 98,2% da masculina – em Portugal esse valor é de 90,5% (ver também o Quadro 4).

Taxa de emprego_2016_fig. 2

A taxa de emprego da população residente em Portugal com idade entre os 25-64 anos conheceu um aumento de cerca de oito p.p. no espaço de 30 anos. Entre 1986 (ano que marca a entrada de Portugal na CEE) e o início dos anos de 1990 verifica-se um aumento significativo do valor deste indicador. Até ao final da segunda metade dessa década esse valor tende a estabilizar, subindo para cerca de 75% entre o final do milénio até ao período anterior à emergência da crise económica e financeira. Até 2013, num contexto de aumento muito pronunciado do desemprego, dá-se um declínio bastante incisivo da taxa de emprego, tendência que se tem vindo a inverter nos últimos anos.

Quando se compara a evolução da taxa de emprego feminina e masculina, conclui-se que seguiram tendências diferentes.  Enquanto a taxa de emprego feminina aumentou cerca de 40% ao longo do período analisado, o valor deste indicador para os homens decresceu 7,2%. Veja-se que a taxa de emprego feminina aumentou de forma constante entre 1986 e o início da crise, período em que decresceu – a taxa de emprego das mulheres em 2016 é, no entanto, mais elevada do que em 2008. A trajectória do emprego masculino, por seu lado, começou por aumentar até 86,7% em 1991, tendo decrescido para 81,3% em 1997. A partir daí conheceu algumas oscilações, mas é com a crise que se verifica uma alteração mais pungente no valor desse indicador. Em 2013, ano em que o desemprego atingiu o seu valor mais alto, a taxa de emprego anual masculina foi de 71,7%, cerca de 10 p.p. inferior face ao valor de 2008. Ao contrário do que sucedeu com a taxa de emprego feminina, o emprego masculino ainda não tinha recuperado, em 2016, os níveis anteriores à crise (ver também Quadro 4).

Taxa de emprego_2016_fig. 3

O Quadro 1 apresenta informação para a taxa de emprego nos países europeus de acordo com vários escalões etários.  Os países da norte da Europa, a Suíça, a Alemanha, a República Checa e o Reino Unido apresentam para todos os escalões etários níveis de emprego acima da média da UE28, facto que também se tende verificar nos países báltico. Curiosamente, as faixas etárias em que Portugal se afasta de forma mais vincada dos valores médios da UE28 é entre os mais novos e os mais velhos.

Taxa de emprego_2016_quadro 1

A taxa de emprego aumenta consoante o nível de escolaridade em todos os países europeus analisados no Quadro 2. No conjunto de países da UE28, a taxa de emprego de quem concluiu um nível superior de ensino (ISCED 5-8) é cerca de 30 p.p. em relação aos que não foram além do ensino básico (ISCED 0-2). Os países onde essa desigualdade é mais acentuada têm em comum o facto de terem entrada na União Europeia após 2004 – Polónia, Lituânia, Bulgária, Eslováquia, Croácia, República Checa e Eslovénia. A Islândia e Portugal destacam-se por serem os países em que as diferenças das taxas de emprego dos mais escolarizados e dos menos escolarizados são mais baixas: cerca de 14 e 20 p.p., respectivamente.

Taxa de emprego_2016_quadro 2

Informação estatística complementar:

Taxa de emprego_2016_quadro 3

Taxa de emprego_2016_quadro 4

Taxa de emprego_2016_quadro 5

Actualizado por: Frederico Cantante